Inflexões Avenses

segunda-feira, abril 30, 2007

Não publicadas

As últimas Inflexões, inseridas no post datado de 20 de Abril, não foram publicadas pelo jornal Entre Margens. Lamento que tal tenha acontecido, mas importa referir que tal é da minha inteira responsabilidade, uma vez que me atrasei no prazo de envio do texto. Aos leitores o meu pedido de desculpas.

sexta-feira, abril 20, 2007

Inflexões (a publicar no dia 25 de Abril)

Sócrates: O país tem vivido nos últimos dias quase absorvido pela polémica em torno da licenciatura do primeiro-ministro. Muita tinta tem sido escorrida a propósito do assunto, muitas páginas de jornais, horas de rádio e minutos de televisão. Não pretendo entrar na questão de saber se a sua licenciatura foi obtida de forma correcta. Para mim o cerne da questão é o provincianismo de que padece o nosso país e a nossa mentalidade. Já há tempos escorri alguma tinta a propósito disto e em abstracto, mas este caso vem confirmar a tese. Ainda há pouco tempo, também no jornal Entre Margens, o professor José Pacheco falava na ‘doutorite’. Infelizmente é mesmo assim. No nosso Portugal, o importante é o título. É aparecer o nome de fulano de tal e, a seguir, entre parêntesis, surgir o ‘Dr.’, ou o ‘Eng.’, ou ainda o ‘Arq.’. Acontece que estes sufixos só são importantes em Portugal e em outros países que padecem, repito, de provincianismo e de mentalidade retrógrada. Interessa o título, não a competência, a eficiência, a responsabilidade e a honestidade. É por sermos o país que somos que temos uma polémica que em qualquer outro país apenas se tornaria ridícula, ou melhor, nem sequer existiria. Se em Portugal, antes ou depois do nome, surgisse apenas e só o ‘Sr.’, a polémica não poderia existir. Infelizmente, o país está assim e os que têm uma qualquer licenciatura fazem questão de vincar o título porque acaba por ser importante, tanto, ou mais, que os conhecimentos e a competência. Felizmente, no jornalismo – não sei se já repararam – tudo se diz apenas e só com o nome e nada mais e com o cargo, não o título. Poupa uma data de trabalho e de ‘Dr.s’, ‘Eng.s’, ou ‘Arq.s’.

Vilarinho: A pretensão de realizar um referendo em Vilarinho a perguntar sobre se a população quereria mudar-se para Vizela ou permanecer em Santo Tirso não foi admitida na Assembleia da República, porque a divisão administrativa é uma matéria de exclusiva competência da Assembleia da República. Neste momento qualquer luta deste género estará praticamente condenada ao fracasso. Basta ver o exemplo de Canas de Senhorim, cuja criação do concelho passou no Parlamentou, mas Jorge Sampaio, acabou por vetar a pretensão. O actual Governo apontou como caminho uma reorganização administrativa, com a criação, fusão e extinção de alguns concelhos e freguesias. Nada se viu ainda sobre a matéria que, se for para a frente, vai com certeza criar muita contestação, muito mais que a questão recente das Urgências Hospitalares. As consequências políticas podem ser devastadoras, por isso duvido que se faça alguma coisa, embora seja de opinião que deve haver mudanças.

D. Aves: Deu gosto ver as últimas duas prestações do Desportivo das Aves (escrevo antes do jogo de Domingo com o Paços de Ferreira), resultados que vieram dar maior motivação e que acabam por relançar a luta pela manutenção da equipa avense. Dando uma olhada ao Calendário, dá para ver que o Beira Mar tem boas hipóteses de se manter, depois dos bons resultados obtidos. O Aves tem dois jogos seguidos fora e termina o campeonato com a deslocação ao Dragão (era bom que o Porto já não precisasse desse jogo). Penso no entanto, que a Académica e o Setúbal têm os calendários mais difíceis, pois ambas as equipas ainda vão defrontar Sporting e Benfica e a luta entre estes promete, pelo segundo lugar (ou mesmo pelo primeiro) na Liga. A manutenção do Aves é possível, é preciso união, espírito de sacrifício e apoio dos avenses.

terça-feira, abril 17, 2007

Justificação

Aos leitores deste espaço da blogosfera, nomeadamente ao avenses, fica, desde já o meu pedido de desculpas pelo atraso com que foram publicadas no blog as últimas Inflexões, mas tal deveu-se a motivos de força maior. Agradeço também os comentários enviados e peço igualmente desculpa por não responder, mas, neste momento, tenho pouco tempo disponível para a Net.

Inflexões (publicadas no dia 11 de Abril)

Suplemento: Apreciei, de forma particular, o suplemento imaginário dedicado a Vila das Aves, do último número do Entre Margens. Não é fácil para alguém normalmente habituado a lidar apenas com factos, como acontece com o jornalista, despir essa camisola e envergar a da criação e da imaginação, mas aquilo que li é uma imaginação que facilmente poderia roçar e tornar-se realidade – à excepção da vitória na Taça de Portugal do nosso Desportivo das Aves, com José Mourinho como treinador (apesar de mirabolante, gostei da piada). A corroborar o meu último escrito nesta coluna, dá para perceber que de facto, uma zona de lazer e verde é o mais ansiado pelos avenses. Quem nos dera um parque de lazer na Quinta dos Pinheiros e um rio Vizela limpo, com pessoas a passear em pleno rio, numa gaivota, entre a Quinta do Verdeal e o açude da Fábrica e com uma zona de lazer em ambas as margens, num projecto que poderia juntar a Câmara de Santo Tirso e as Juntas de Freguesia de S. Tomé de Negrelos e de Vila das Aves. Dirá o leitor, vai sonhando. Mas é um sonho bonito e que bem poderia tornar-se realidade se… se a política fosse feita de forma leal e transparente, virada para o povo e não para o umbigo ou para o partido.

Divagação (pouco) corajosa: Permitam-me que abra um parêntesis de pura divagação. Há tempos falaram-me no meu blog de coragem e da falta dela. O conceito de coragem pode ser tão subjectivo que um acto corajoso de um, pode não passar de mera trivialidade para outro. Para mim coragem é muito mais que fazer coisas heróicas, daquelas que nos habituamos a ver em criança através dos super heróis da banda desenhada ou dos desenhos animados da televisão. Hoje ser corajoso é fazer algo pelos outros sem interesse, é dar um pouco do nosso tempo a uma qualquer causa, é educar um filho neste mundo em constante mudança e incerto, é seguir em frente, apesar da perda de alguém que nos é querido.

Debate: Por falar em coragem, corajoso é também organizar um debate sobre um tema pertinente em qualquer município, como é a imprensa regional. O Entre Margens assinalou o seu 20º aniversário – os meus parabéns – com um debate sobre esta matéria. A adesão não foi muita, mas isso acontece em qualquer acto do género. Quase que me atrevo a dizer que as pessoas têm preguiça de pensar, não querem ser picadas ou espevitadas para as questões da sociedade. É pena que assim seja. Reparei que foram convidados diversos autarcas da região. Nenhum esteve presente (à excepção do autarca avense). É pena. Os de Famalicão e da Trofa deixaram, no entanto, uma mensagem. Da Câmara de Santo Tirso, nem um representante, nem uma mensagem. É pena. A força de um concelho também se mede pela força da sua comunicação social e, neste aspecto, permitam-me que o diga, Santo Tirso não está bem. E com o poder municipal a tratar assim a imprensa que existe, também não é nada bom. Ficam de qualquer modo, as intervenções interessantes dos oradores que poderão espicaçar presentes e ausentes, não apenas os políticos, mas também os comunicadores, os jornalistas e os empresários da comunicação social regional.