Portagens/SCUT: Eis uma enorme trapalhada neste nosso país. Mais uma, mas esta roça o ridículo A inexistência de maioria absoluta obriga a negociar e a não conseguir fazer as coisas da maneira que se gostaria de fazer. Mas de uma maneira ou de outra isto é um filme e pêras. Primeiro portagens só no Norte e no Grande Porto, porquê? Agora decidiu-se avançar para as sete. Depois o chip, que acabou antes de ter nascido. Depois os métodos de pagamento. Que confusão. E os estrangeiros, como obrigá-los a pagar? Levantar o dispositivo numa área de serviço. Ridículo! Depois as isenções. Para umas o raio é 10 quilómetros da auto-estrada, para outras é 20. Porquê? Depois para alguns as 10 primeiras passagens são gratuitas. Não deveria ser ao contrário. Ao fim de 10 passagens, as seguintes baixavam de preço... Assim premeia-se quem as usa de vez em quando e não quem as usa sempre. Um exemplo, sou da Póvoa e trabalho na Póvoa e todos os fins-de-semana vou passear ao Porto ou a Viana. Boa, para passear não pago, mas para trabalhar vou ter de pagar, se tenho de usar 21 dias por mês a auto-estrada. Quando as portagens entrarem em vigor (será a 1 de Agosto?) então os pagamentos é que serão uma tamanha confusão. Estamos habituados e ouvir que os tribunais estão atolados de processos por falta de pagamento da conta do telemóvel, pois agora vamos ver os processos subirem em flecha por falta de pagamento de meia dúzia de euros de portagem. Enfim, aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
Saramago: Sou católico e amante da obra de Saramago. Alguns leitores questionarão: que escândalo! Como ser católico e gostar dos livros de José Saramago? Está a ir contra o que diz a Igreja? A Igreja diz muita coisa, mas cada um deve pensar pela sua cabeça. Diz muita coisa acertada, mas também asneiras. E depois a Igreja é uma entidade abstracta, pois o que muitas vezes vemos é simplesmente opiniões pouco mais que pessoais. Ser católico e gostar de Saramago nada tem de contraditório se se souber ler Saramago. Leio Saramago como um excelente contador de estórias que reconstrói a realidade à luz das suas convicções. Só assim se pode ler com paixão livros como o Evangelho Segundo Jesus Cristo ou a Jangada de Pedra, ou até mesmo Caim (ainda não li). Li, gostei e não me senti violentado na minha fé como Cristão, nem tão pouco afectada a mesma fé. Basta, simplesmente, saber ler e, diga-se, separar a ficção da realidade, pelo menos, de acordo com a minha fé.
Facebook: Foi curioso notar que a minha adesão às redes sociais, nomeadamente, ao Facebook coincidiu com a reportagem que o EntreMargens publicou sobre o assunto. Matéria, diga-se, muito bem pegada e tratada jornalisticamente. Durante meses sempre vi com desconfiança esta exposição ao mundo global. Os receios – numa primeira fase – sobrepõem-se sempre aos atractivos. Contudo, estamos mesmos num mundo em que se não aderimos, ficamos de fora e pior que tudo, muitas vezes, ficamos para trás. Aderi e estou a gostar, com o cuidado sempre de evitar a viciação. Tudo se quer na dose certa. Mas permitiu “rever” e retomar o contacto com pessoas que gostamos mas que, por esta ou aquela razão, perdemos o rasto e, de repente, acabamos por reencontrar. Eis uma ferramenta fantástica...