Inflexões Avenses

quarta-feira, novembro 28, 2007

Inflexões (28 Novembro)

Cine-teatro: Está apresentada aquela que poderá vir a ser rotulada a obra do mandato de Castro Fernandes, a construção de um novo espaço cultural na cidade de Santo Tirso. A aposta recaiu na reabilitação da sala de espectáculos existente e há anos desactivada. Há alguns meses surgiu uma notícia que revelava alguns aspectos do novo o projecto, no entanto, depois da recente apresentação vemos muitas alterações. Falava-se em várias salas, algumas das quais com 700 e 800 lugares. Questionei a possibilidade e a pertinência de tantas salas e tanta lotação. Afinal, agora sabe-se que terá apenas duas salas para espectáculos, uma com 300 e outra com 120, além do café e das galerias para exposições. Diria que está um projecto dimensionado à escala do concelho. Santo Tirso vive o flagelo do desemprego e a redução do poder de compra, por isso, os tirsenses não podem gastar muito em cultura. Poderemos dizer que é uma situação conjuntural ao passo que o novo espaço será para o futuro. Nada mais verdadeiro. Por isso, penso que se passou do 80 para o 8. Cinco ou seis salas, com 700 ou 800 lugares era um exagero, mas o maior auditório prever apenas 300 lugares é pouco. Grandes companhias de teatro, bailado ou orquestras dificilmente poderão actuar nesse espaço e se conseguirem, o preço de bilheteira será altíssimo, pois o ‘cachet’ será pago por apenas 300 pessoas e não por 500 ou 600. Uma sala com cerca de 700 lugares seria o ideal, já me disseram especialistas, porque eu não o sou. De qualquer modo é um projecto que deve avançar para suprir uma carência do concelho tirsense.

Cemitério: Face ao que escrevei nas últimas Inflexões, apenas um comentário. Escrevi que uma ligação entre as duas partes do cemitério (novo e velho) seria fácil, mas afinal não será bem assim. A perspectiva que tinha, da rua que os separa, apontava para essa facilidade face à altura dos muros, no entanto, no novo a altura do muro até ao solo ainda é considerável, havendo assim uma quota bastante diferente entre o novo e o velho. Mas se se quisesse executar a passagem, poderia ser feita e continuo a encontrar vantagens nessa situação.

Nacional: Deixem-me dar uma pincelada por questões nacionais. Os portugueses continuam a não saber conduzir. Depois de meses de sol e tempo seco eis que no primeiro dia de chuva foi uma mortandade nas nossas estradas e um número exagerado de acidentes; até há pouco tempo vivemos, estranhamente, flagelados por incêndios e com os meios para os combater (aéros) já praticamente inexistentes, ou seja, ainda há gente que acredita que não há mudanças climáticas profundas em curso?; temos o orçamento de Estado aprovado para 2008, com os discursos de sempre, valha-nos a benesse de mais alguns apoios na Saúde, embora não seja de descurar que daqui a pouco se anuncie cortes nas comparticipações de determinados medicamentos; registo com satisfação que Sócrates tenha aprendido a lição com Guterres, pois este descolou do país durante seis meses quando presidiu à União Europeia e o actual primeiro-ministro (infelizmente para a oposição), mantém-se presente e afirma a sua presença; felizmente para ele ainda pouco se viu do novo líder do PSD. Andará Menezes ainda a apalpar terreno ou, mais uma vez, vão dizer que a culpa é da imprensa que não lhe dá espaço nos media?

quarta-feira, novembro 07, 2007

Inflexões (a publicar na edição de 14 Novembro)

Mudança: Eis que na sequência de uma visita do presidente da Câmara à Vila das Aves tudo muda. Obras são anunciadas, o presidente da Câmara diz que se relaciona bem com o presidente da Junta e este diz que a visita correu muito bem. E de repente parece que o passado recente não existiu. Ainda há pouco tempo, entidades autárquicas tirsense e avense degladiavam-se em comunicados por isto e por aquilo, acabando até em recursos a tribunais com acusações pessoais. Saúde-se este relançamento das relações entre as duas autarquias e os dois autarcas. Mas… que não seja fogo de vista. Importa que o canal de entendimento aberto com a visita não esmoreça, a bem dos dois intervenientes, e da terra, até porque lá longe já começa a cheirar a eleições e não serve nem a Castro Fernandes, nem a Carlos Valente, manter o clima de hostilidade.

Anúncios: Foi mesmo uma mão cheia de projectos que o presidente da Câmara deixou na visita feita à Vila das Aves. A maioria não são novos. A novidade foi mesmo o anúncio de mais habitação social para o lugar da Barca. Já o prolongamento da avenida da Paradela não é novo, nem mesmo a avenida nas Carvalheiras, pois era uma inevitabilidade com a construção dos “Jardins de S. Miguel”. Já a reabilitação da rua 25 de Abril é caricata. Não passaram muitos anos que toda a via foi levantada e repavimentada. Esqueceram-se foi de tratar dos passeios e de tratar dos esgotos, tal o cheiro nauseabundo que por vezes se sente nesta artéria. Agora, toca a fazer tudo de novo e a gastar mais dinheiro. Na Tojela, espero que não seja apenas por causa da árvore que se vai mexer em toda a zona. Já agora, apenas uma sugestão neste local: o separador central que existe deve ser estreitado, dando mais espaço para a zona pedonal.

Tempo: É claro que o tempo escolhido para esta visita não foi inocente. Estamos a meio do mandato autárquico e há que começar a trabalhar para garantir obra para inaugurar em 2009. É evidente de mais para passar em claro. Depois de dois anos de inactividade, vem a hiperactividade.

Cemitério: Quando este jornal chegar às mãos dos leitores já a ampliação do cemitério estará inaugurada. Já agora ainda não entendi porque a Junta de Freguesia insiste em falar em ‘novo’ cemitério e não em ‘ampliação’. Não entendo a importância semântica. Será por não haver ligação física entre os dois espaços? Já agora, a propósito disso, foi uma lacuna não prever uma passagem superior a unir as duas partes do cemitério, por cima da rua que os separa. As quotas de terreno permitem facilmente essa solução e seria uma vantagem evidente.

Passeios: Peço perdão por insistir. Andar nos passeios de Vila das Aves é um tormento e ainda mais para quem circula com um carrinho de bebé ou em cadeira de rodas. Com poucos cobres resolvia-se o problema, mas não interessa. É uma obra sem visibilidade e que não dá votos. O reparo é para a Junta e para a Câmara.