Inflexões Avenses

quinta-feira, junho 14, 2007

Inflexões (a publicar no dia 20 de Junho)

Carta Educativa: O concelho de Santo Tirso já tem a sua Carta Educativa aprovada. Foi apresentada publicamente há dias e preconiza investimentos de cerca de 10 milhões de euros, dos quais cerca de metade são para gastar no novo centro escolar de S. Tomé de Negrelos. Pelo que li através da nota à imprensa da Câmara de Santo Tirso parece-me que foram encontradas boas soluções para o concelho e, no que às Aves diz respeito, parece bem criar um único agrupamento na vila e haver uma separação total com a vila vizinha de S. Tomé de Negrelos. É bom para que o bairrismo não seja exacerbado e, com isso, venham a ser prejudicadas as crianças e os jovens alunos. O presidente da Câmara refere que a Carta Educativa “tem mais a ver com uma rede de infra-estruturas escolares do que propriamente com um projecto para gerir a educação”, mas entendo que deve ser muito mais que isso. Não há bom ensino sem boas condições, mas também é preciso muito mais que bons edifícios para haver bom ensino e boa educação. O projecto educativo não é tarefa municipal em cada escola, no entanto, o município poderia funcionar como elemento congregador de um único projecto concelhio, embora respeitando as especificidades e autonomia de cada escola e agrupamento.

Associativismo: Não é fácil, nos dias de hoje, trabalhar no mundo associativo e social. Trabalha-se a troco de nada e, por vezes, critica quem não conhece a realidade de cada caso. É fácil criticar quem está de fora e muitas das vezes quem critica nem procura saber e indagar da veracidade das suas considerações. Critica-se por criticar e escreve-se por escrever. Aproveito a deixa para enaltecer o torneio de escolinhas que a Associação do Complexo Habitacional de Ringe organizou. Num meio difícil e num contexto nada fácil de um bairro social, fazer nascer uma iniciativa que trouxe mais gente ao estádio do Aves do que muitos jogos da Primeira Liga é, por si só, digno de registo, mas merece ainda maior referência porque se trabalhou em prol dos mais pequenos que gostam de praticar desporto, neste caso, o futebol. Numa tarde de Verão, foi contagiante ver a alegria dos mais pequenos correr atrás da bola, alguns a tentar imitar ídolos – como o Figo ou o Cristiano Ronaldo – mas ao mesmo tempo a tombar sobre uma bola que é quase do seu tamanho.

Reparo:

Passando junto ao viaduto sobre o caminho-de-ferro, na Estrada Nacional 105, é desolador ver a envolvente ao monumento evocativo dos 50 anos de vila. Apesar de polémico, não deixa de constituir uma espécie de “hall de entrada” para quem chega à nossa terra. Deparar-se com um monumento rodeado de ervas daninhas não é bonito. A Junta poderá dizer que a competência de tratar dos jardins é da Câmara e esta dizer que o monumento é da Junta e por isso é esta quem deve tratar da sua envolvente. Uma e outra entidade poderão ter uma visão correcta mas, uma vez na vida, não poderia haver uma destas entidades a ser capaz de engolir o sapo e fazer algo tão simples quanto limpar pouco mais que um canteiro de jardim. Se calhar é demais, pedir tal coisa.