Inflexões Avenses

sexta-feira, junho 01, 2007

Inflexões (a publicar dia 6 de Junho)

D. Aves: Todos ficamos tristes com a despromoção do nosso Desportivo das Aves. Como já ouvi em muitos lados, tivemos o pássaro na mão no jogo com o Estrela e deixamo-lo fugir. Ainda colocamos o país em suspenso quando empatamos no Dragão, mas foi sol de pouca dura e o que estava destinado aconteceu. Mais que derramar lágrimas é tempo de arregaçar as mangas e continuar o trabalho que orgulha todos os avenses, na instituição mais emblemática da vila. Apesar de resignação pela descida, não deixa de merecer reflexão, os incumprimentos legais de muitos clubes do nosso futebol. Sete da primeira liga e outros tantos da segunda estão em incumprimento. Já ouvi responsáveis do Beira-Mar afirmarem que poderão vir a reclamar a permanência por este factor, lembrando episódio recente do Caso Mateus e todas as suas repercussões. Entendo que o Aves não deve ir por aí, porque não deixo de dar mais valor àquilo que é alcançado dentro das quatro linhas. A haver mudanças – e deviam acontecer – deviam acontecer com origem no topo da hierarquia do futebol português. Deveria ser a Liga ou a Federação ou quem quer que seja a determinar que caso haja algum incumprimento, o clube deve ser penalizado. Como estão as coisas, os clubes cumpridores – como o Aves – acabam por ser seriamente prejudicados. Neste nosso país falta coragem política para agir e deverá haver compadrios a mais. Em Itália, país latino como o nosso e ainda mais fervoroso que o nosso pelo futebol, houve sérias consequências para grandes emblemas do futebol mundial, como a Juventus. Lá, a vida continua e o clube continua. Infelizmente, duvido que tal pudesse acontecer no nosso país e no nosso futebol.

OTA:
Deixem-me juntar à festa em que toda a gente fala do novo aeroporto de Lisboa e toda a gente opina se a Ota é boa ou má opção. Toda a gente fala e cada vez menos os portugueses percebem do que se fala, por vezes, tenho até a sensação de que quem fala sobre o assunto também pouco percebe do mesmo, aumentando a confusão. Não estranho, por isso, uma recente sondagem, cuja maioria dos inquiridos, pede mais informação e mais estudos. Seria sensato, nesta altura, parar o processo, embora tal represente também custos elevados, tendo em conta tudo o que já foi feito e gasto. O curioso seria, se realizados esses estudos, a melhor opção recaísse novamente na Ota. A oposição descobriu neste assunto um dos poucos filões onde pode atacar o Governo e está a espremer o assunto até ao tutano e a conseguir provocar nervosismo no Governo. Basta ver a forma precipitada e pouco feliz como o ministro Mário Lino defendeu a Ota quando falou da margem Sul do Tejo. Marques Mendes também não se saiu muito bem quando logo a seguir disse que o ministro “não está bom da cabeça”. De um lado e do outro, os ânimos estão exaltados e as eleições em Lisboa vieram animar ainda mais a política lusa, numa altura, em que, normalmente, as coisas começam a serenar e a “Silly Season” começa a instalar-se.