Inflexões Avenses

sexta-feira, novembro 28, 2008

Inflexões (publicadas a 26 de Novembro)

Estado de espírito: Estamos já na semana que antecede o mês de Dezembro, o mês marcado pelo Natal e por tudo o que o envolve, desde a questão de fé dos crentes na comemoração do nascimento de Jesus, passando pela tradição de ver o Natal como a festa da família por excelencia, até à vertente consumista, de compra e partilha de presentes. Por esta altura todos nós, com mais ou menos possibilidades, começamos a preparar estes festejos e começam a surgir um pouco por todo o lado a corrida às lojas e os enfeites de Natal. É este o cenário habitual. É, mas não sei este ano está a ser como é costume? Não sei se serei o único a notar, mas este ano vejo menos entusiasmo e a atmosfera natalícia menos vísivel. Se nas nossas casas é ainda cedo para fazer o presépio, ornemantar o pinheiro ou colocar iluminações nos jardins ou varandas, no comércio, por esta altura, deveríamos ver montras decoradas e iluminadas. Mas não vejo isso, ou vê-se muito pouco. Será o estado de espírito geral dos portugueses nesta altura? Estamos completamente subjugados ao cenário de crise financeira que afecta o país e cada um de nós e isso parece estar a tolher a habitual alegria característica desta época. Se não podemos gastar tanto como noutros anos deixemos a parte consumista para segundo plano e que isso não perturbe tudo o que esta quadra tem de característico e concentremo-nos no que é realmente importante, assinalar o nascimento de Jesus e viver de uma forma intensa o valor da família.

Memória:
Desapareceu do nosso convívio um dos ilustres avenses dos últimos tempos. Não sei se devo arriscar referir-me ao senhor Rodrigo Silva como colega. Mas fala um jornalista sobre alguém que entre muitas outras actividades foi um jornalista, por isso atrevo-me a escrever desta forma. Foi jornalista em moldes muito diferentes dos actuais, mas deixou a sua marca bem visível entre nós. No dia em que nos deixou, o padre Fernando Abreu apontou-o, entre muitas outras coisas, como uma espécie de antena parabólica que captava os sinais dos homens e de Deus. Foi um autodidacta por excelência, um homem de convicções fortes que tinha os livros como uma das suas principais companhias. Foi alguém que serviu, serviu a sua terra, a sua paróquia e as suas gentes. Infelizmente, mal o conheci, mas acredito que a Vila das Aves fica mais pobre sem ele. Fica a sentida homenagem.

Árvores: Dá-me gozo passear pela nossa vila e ver a multiplicidade de cores que ornamentam as árvores das nossas ruas. Vários tons de amarelo, de castanho e de vermelho e o chão cheio de folhas, escondendo a cor fria do paralelo, transformado em tapete multicolor. Gosto de ver, apesar de ser necessário limpar as ruas desse colorido para não obstruir as sarjetas em dia de chuva. Apesar desta prosa, mais ou menos literária – digo eu – pretendo chamar a atenção para o facto de terem sido cortadas várias árvores, sobretudo nas Fontainhas, na zona onde no Verão funciona a esplanada, sem terem sido replantados novos exemplares. Porventura, haverá locais onde há árvores mal implantadas, mas ali elas podem e devem existir. A corrigir... a bem do ambiente de todos nós.