Inflexões Avenses

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Inflexões (publicadas a 25 de Fevereiro)

Autárquicas: Os dados estão lançados na corrida autárquica camarária. Tal como se esperava, Castro Fernandes, recandidata-se a um terceiro e último mandato. Curioso é repetir-se o mesmo embate eleitoral de 2005, com os dois maiores partidos a apresentarem os mesmos candidatos. O candidato da situação tem, à partida, a tarefa facilitada porque está no poder e pode usar os trunfos inerentes e ainda o facto de já ter ganho a este mesmo adversário. Necessariamente a tarefa de João Abreu avizinha-se difícil, podendo, no entanto, beneficiar do desgaste e de algum desagrado que haverá neste ou naquele sector da sociedade tirsense, nesta ou naquela freguesia. O candidato laranja terá que ir além da crítica e fazer propostas credíveis, mas arrojadas e apresentar uma boa equipa se quiser disputar realmente as eleições. As restantes candidaturas serão laterais em termos de possibilidade de vitória, mas poderão fazer alguma mossa e se os resultados entre PS e PSD forem próximos, podem mesmo determinar o nome do vencedor.

Estrada: Já há algum tempo que ando para escrever umas linhas sobre o estado da Estrada Nacional 105, no troço entre as Aves e Santo Tirso. A obra é numa estrada nacional, mas é municipal, pelo que o dono da obra pode e deve exigir do empreiteiro o menor impacto possível na circulação. O PSD levantou o assunto, e bem, e logo a Câmara se apressou a arranjar explicações e justificações. Durante meses nunca se preocupou com o estado da via, pelo menos nada se viu. Refere-se ao que lá existe como “piso provisório”. Como é possível dizer-se que o que lá está é um piso provisório. Diria que seria melhor colocarem em vez de alcatrão a velhinha calçada portuguesa. Nas aberturas (buracos) simplesmente foram despejados montes de alcatrão. Mais nada. A Câmara poderia e devia ter exigido um ‘piso provisório’ minimamente admissível, como agora parece ter exigido e estará a ser executado. A gravidade da situação era tal que imagino o que seria transportar um doente com traumatismos numa ambulância naquela estrada. Para reflectir e não repetir.

Relatividade:
Tudo o que se lê nestas linhas, em todo este jornal, um pouco por todo o lado é muito importante ou nada importante. Tudo se torna, no entanto, irrelevante quando comparado com o valor da vida. Quando vemos desaparecer alguém que nos é próximo, um amigo que, à partida, teria ainda muito para viver, muito para dar, é algo que faz doer e reflectir, ainda para mais quando tal acontece num ápice, em poucas semanas. Hoje isso aconteceu e não me é fácil escrever sobre o que quer que seja. Fiz um esforço e consegui, porque o que atrás está escrito já estava alinhavado. Obrigado Jorge e até qualquer dia...