Inflexões Avenses

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Inflexões (a publicar dia 28 de Dezembro)

Sinalização: Não estive lá mas, pelos vistos, houve uma alusão à falta de sinalização na rotunda de S. Miguel, na última sessão da Assembleia de Freguesia. É fundamental que se reponham as placas indicativas naquele local. Quem chega à Vila das Aves encontra sinalização nos cruzamentos e entroncamentos principais, mas agora chega àquela rotunda e fica à nora. Numa altura em que o Clube Desportivo das Aves disputa a principal liga de futebol nacional é imperioso recolocar a sinalização indicativa do estádio. Já no início do ano vamos receber o FC Porto, esperando-se uma boa casa, isto se os adeptos não se perderem e forem parar a Riba d’Ave. Se tal é competência da Junta ou da Câmara isso, sinceramente, já não me interessa. Não podemos fazer de tudo motivo de guerra. É tempo de, pelo menos, de vez em quando, e quando questões de valor superior se levantam, enterrar os machados de guerra e resolver os assuntos. É uma questão menor e… nem isso resolvem. Como diz o povo e perdoem-me os mais sensíveis: ‘porra pr’ó diabo’.



Vilarinho: As recentes notícias sobre a intenção de promover um referendo à população desta freguesia de Santo Tirso, no sentido de a ouvir sobre o desejo de deixar de pertencer ao concelho e integrar-se no município de Vizela, são dignas de registo. A própria constituição de um movimento cívico já o é (a propósito, onde anda o Movimento Cívico de Vila das Aves?). Depois da Trofa, depois da tentativa de emancipação das Aves, eis que surge mais um caso. Comum a todas estas pretensões está um alegado esquecimento do poder municipal em relação a cada uma das terras. Quem se seguirá? Isto deve merecer reflexão, sobretudo, de Castro Fernandes, o responsável máximo do município. Não é bom que ciclicamente alguém queira abandonar o concelho. O presidente da Câmara até pode desmentir com factos a tese do abandono, mas nestas questões, só o tornar público e ser tema de conversa já pesa, negativamente, no município. Tal como aconteceu nas Aves – embora a pretensão fosse diferente – a resposta traduziu-se num aumento do investimento municipal na terra. Será de esperar o mesmo em Vilarinho? Será que a inauguração de mais um complexo habitacional nessa freguesia, dias depois de se falar deste assunto foi inocente ou foi, desde já, uma resposta? (Foto: Entre Margens)

Apito Dourado: A nomeação de Maria José Morgado para coordenar as investigações a envolver a corrupção desportiva no nosso país é uma pedrada no charco e merece aplauso. Não tenho nada contra o anterior Procurador-Geral da República, Souto Mouro, mas o actual, Pinto Monteiro, já demonstrou mais coragem e vontade de agir que o seu antecessor. Neste momento há muitas esperanças depositadas no trabalho sério e independente que se espera de Maria José Morgado. No entanto, como dizia Marcelo Rebelo de Sousa, na sua crónica na RTP, as expectativas quanto a esta investigação estão demasiado elevadas e se não se conseguir corresponder às expectativas vai novamente voltar o desânimo e a desilusão. Apenas um aparte sobre o livro de Carolina Salgado. Não o vou comentar porque não o li nem lerei (embora ache que se há lá matéria passível de investigação, deve ser apurada), mas, como jornalista, questionei há dias o presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, sobre o livro e sobre se o considerava literatura. A resposta é eloquente: “não, aquilo não é literatura”, adiantando que não fazia intenção de o ler.

2007: Como é da praxe, impõe-se que à beira de um novo ano se faça desejos. 2007 será, desde logo, em termos pessoais, um ano marcante, mas isso, para o leitor pouco importa (não resisti), interessa é que tenhamos um 2007 naturalmente melhor que o 2006 e que a Vila das Aves tenha muito mais do que teve em 2006, pouco mais que nada. Votos de um feliz e próspero 2007 para todos os leitores do Entre Margens.