Inflexões Avenses

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Inflexões (a publicar a 13 de Dezembro)

Violência: Li a reportagem publicada no último número do Entre Margens sobre a violência doméstica no nosso concelho e, embora, os resultados não me tenham surpreendido, não deixa de merecer, antes de tudo uma reflexão e, acima de tudo, acção. A Vila das Aves está como um dos locais com maior número de casos de violência doméstica e isso não deve deixar nenhum avense indiferente. Entendo que muitas das vezes a violência doméstica não é uma causa, mas antes uma consequência. Este fenómeno é muitas vezes despoletado pela situação de desemprego, de alcoolismo e de toxicodependência, como, de resto, é dito no estudo. Neste sentido, a acção que se torna necessária para reduzir estes problemas tem de ser direccionada sobretudo para o esforço de eliminação destas causas que, no fundo, são as mais difíceis de ultrapassar.

Ideias: Ideias precisam-se. Precisam-se, sobretudo, boas ideias. Este é um chavão que toda a gente persegue, mas que muitas vezes não encontra. De vez em quando lá surge um rasgo de iluminação e de criatividade e nasce uma boa ideia. Foi o que me pareceu a ideia do restaurante “A Cozinha”, com a promoção de um jantar associado a um desfile de moda. Juntam-se várias lojas da terra e, sem grande esforço financeiro, organizam uma iniciativa inédita, inovadora e que lhes pode dar frutos e resultados económicos. Boa ideia e parabéns.


Exposição: Ainda não vi, mas faço questão de passar por Santo Tirso para ver a exposição de presépios que está patente na Câmara. São cerca de 500 presépios feitos por artesãos em diversos materiais, desde o barro, o granito, a madeira, a cortiça e a pasta de papel. A não perder.


Natal: Por estes dias andamos num frenesim muito pouco condizente com a quadra que estamos prestes a viver. O Natal é associado a sentimentos de paz, de solidariedade, de partilha, de convívio, de família, de bondade, de fraternidade… e poderia continuar com inúmeros sinónimos. No entanto, se olharmos um pouco à nossa volta o que vemos? Vemos sobretudo consumismo e stress. Por estes dias é impossível andar na estrada aos fins-de-semana, principalmente nas cidades ou onde haja grandes superfícies, tudo para comprar presentes, para gastar os euros que cada um recebeu a mais (subsídio de Natal) nesta ocasião. Confesso que também sou um pouco levado na onda, mas cada vez mais, começo a fazer um esforço por relativizar a questão das prendas e o valor das mesmas. Começo a fazer um esforço por me concentrar no essencial, na data, na comemoração, no nascimento de Cristo e tudo o que ele representa para nós. As prendas são apenas uma pequena parte do Natal e não o essencial. As prendas não precisam de ser as mais caras para ter valor, o que conta é o acto de dar, de partilhar algo, ainda que seja, meramente simbólico e barato. É esta a minha ‘Inflexão’ de Natal. Um Feliz Natal para todos.